sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Pode o cristão praticar artes marciais ?


Um assunto controvertido no cristianismo de hoje é se o cristão pode ou não praticar artes marciais. Há três pontos básicos, para obtermos uma perspectiva sobre este assunto. Vamos consideram cada um brevemente.



Pode cristão praticar artes marciais, Life Que Liberta




Antes de começarmos, quero dizer que na minha opinião eu não vejo problema algum em praticar certas artes marciais, contanto que não adoremos as coisas erradas que já sabemos quais são e  também se o professor  preza bem estar dos alunos, No meu caso meu professor de Kung-Fu sempre pedia antes e após os treinos para orarmos e agradecer a Deus pelo dia e pelo treino, eu também já pratiquei Capoeira, neste caso, usávamos outro tipo de musicas pois as tradicionais da Capoeira são "complicadas", bem chega de mais delongas e vamos ao que o  Pastor Chrystian Dias, diz sobre a prática de artes marciais.

I.  Primeiro: alguns dizem que, por causa de sua origem não-cristã (misticismo oriental), nenhuma forma de arte marcial deveria ser praticada por cristãos. Entretanto, uma origem não-cristã, por si só, não pode ser um fundamento suficiente para se rejeitar as artes marciais, uma vez que este ponto de vista comete o que chamamos de "falácia genética". 
O que isto quer dizer? Uma falácia é um argumento enganoso, sem fundamento. O termo "genética" quer dizer neste caso "origem". Assim, uma "falácia genética" é um argumento infundado que pressupõe que uma vez que a origem de uma crença ou prática esteja errada (por não ter uma origem cristã), sem considerar o seu desenvolvimento, ela ainda
estaria errada hoje.
De fato, se fôssemos coerentes ao aplicar esse tipo de lógica, nós deveríamos abandonar a astronomia, porque suas raízes encontram-se na prática da astrologia. Entre os movimentos religiosos que usam e abusam da falácia genética se encontram as chamadas "testemunhas de Jeová". Estas recusam comemorar aniversários natalícios, Natal, Ano Novo, etc., pelo simples fato de estas práticas terem origem no paganismo. Em nenhum momento se leva em conta o desenvolvimento ou a evolução de uma crença ou prática. Ao invés de cometer a falácia genética, seria melhor tentar verificar o quanto de influência as crenças originais podem ter sobre um objeto de discussão, antes de descartá-lo prematuramente.

      II.  O segundo ponto de vista afirma que, contanto que o cristão separe os aspectos religiosos (misticismo oriental) das artes marciais, ele pode praticá-las. Para avaliarmos este ponto de vista, precisamos examinar brevemente algumas das principais ramificações das artes marciais.

#Aikido — Significa "o caminho para a união com a força universal". Esta força impessoal é conhecida como "chi". O objetivo do Aikido é controlar tanto a si mesmo como o ambiente. Ironicamente, esta arte marcial é a mais compatível com o cristianismo no que diz respeito à sua natureza não-violenta; contudo, ela está imutavelmente mergulhada no misticismo oriental.

#Judô e Jiu-jítsu — O Judô envolve técnicas de agarramento e lançamento ao chão. O Jiu-jítsu concentra-se em travar as articulações humanas e ocupa-se com as maneiras de dar golpes e manobras. Ambas as formas têm uma ênfase espiritual muito baixa.

#Karatê — O caratê envolve meditação, que normalmente inclui o esvaziamento da mente da pessoa de todas as distrações externas. É nesse ponto que o caratê torna-se perigoso. Todavia, uma vez que o caratê é primariamente uma arte marcial física, o aspecto da meditação pode ser separado dele.

#Kung Fu — O Kung Fu é muito diverso. Há estilos diferentes de Kung Fu. As formas mais tradicionais aderem de perto às suas raízes filosóficas budistas, enquanto as formas menos tradicionais concentram-se mais nos aspectos físicos. Geralmente, o Kung Fu é mais místico que o Caratê.

#Ninjitsu — De modo geral, o Ninjitsu não é compatível com o cristianismo. Os Ninjas tentam assimilar-se a si mesmos com a natureza a fim de serem mais dissimulados, escondidos. A cosmovisão por trás do ninjitsu é o panteísmo (corrente filosófica que confunde o Criador com criatura e vice-versa, em outras palavras, Deus é tudo e tudo é Deus), que contradiz a visão cristã de que Deus não é o universo, mas o Criador do universo (Gn 1:1, 2). A visão cristã de Deus não admite tomarmos o Absoluto pelo relativo, o Infinito pelo finito.

#Tae Kwon Do — O Tae Kwon Do é uma forma de arte marcial orientada para o esporte e o físico. É uma das formas de defesa pessoal oriental mais compatíveis com o cristianismo.

#Tai Chi Chuan — O Tai Chi Chuan envolve a prática do taoísmo. A fim de alcançar o bem-estar físico, o estudante de Tai Chi Chuan deve estar harmonizado com o universo ao concentrar-se abaixo da parte central do corpo, ou seja, o umbigo (que, segundo dizem, é o centro psíquico do corpo). O Tai Chi Chuan não pode ser conciliado com o cristianismo.

      Em vista do acima exposto, fica claro que certas artes marciais não podem ser separadas da sua cosmovisão oriental, enquanto outras podem.

Em última análise, se o cristão pode ou não participar de uma dessas artes marciais que podem ser conciliadas com o cristianismo, depende em grande parte do instrutor. Se o instrutor promove o misticismo oriental, o cristão deveria deixar a escola. Se o instrutor separa a prática da arte marcial da filosofia por trás dela, então caberá ao cristão, utilizando sua boa consciência, participar. Cabe a cada cristão respeitar a consciência do seu irmão. Um pouco de tolerância em questões não essenciais da fé cristã não faz mal a ninguém.(Romanos 14:1-12).
    III.            Um terceiro ponto de vista é o de que as artes marciais não são compatíveis com o cristianismo por causa de sua natureza violenta. Esta é uma posição legítima, porque muitas passagens nas Escrituras falam contra a violência (Mt 26:52). Entretanto, outros cristãos chamam a atenção para o fato de que, quando Jesus falou com soldados, ele não disse que combater fosse moralmente errado (Mt 8:5-13). Além do mais, o apóstolo Paulo indicou que havia um uso legítimo da força pelo governo ao punir os malfeitores (Rm 13:1-5). É verdade que estas passagens não apóiam diretamente ou indiretamente as artes marciais (nem poderiam, pois não foram escritas para essa finalidade). Contudo, será a motivação que determinará se o crente deverá ou não praticar artes marciais. Pergunte-se: Por que quero praticar artes marciais? Para mostrar que posso bater em qualquer um? Para afligir o meu próximo? Se estas forem as motivações, então seria melhor nem começar. Porém, se a intenção incluir melhorar a condição física, ou mesmo a defesa pessoal (caso haja necessidade), então, pelo que parece, não deveria haver nenhuma objeção quanto ao cristão se envolver com as artes marciais. Os versículos supracitados levaram muitos cristãos a concluir que a Bíblia não condena a autodefesa. Apesar de apoiarmos esta conclusão, reconhecemos que o assunto de autodefesa é um daqueles que deve ser determinado pela consciência de cada crente, individualmente. Deve-se pesar os prós e os contras, e em sã consciência, perante Deus, decidir se irá ou não praticar artes marciais. Essa é uma questão de decisão pessoal.

      Recomendamos que o cristão tenha em mente os seguintes fatores, caso resolva praticar uma arte marcial.

Primeiro, o cristão deve estar ciente de que, sendo esta uma área controvertida, ele deve ser cuidadoso para não causar tropeço a um irmão mais fraco (Rm 14). Ele não deixa de ser seu irmão, apesar de ser "fraco", ou de ter uma mentalidade incapaz de discernir entre o que é uma questão de fé coletiva ou uma de ordem pessoal. Mas, não deixa de ser lamentável que alguns "fracos" tentem impor a sua consciência aos seus irmãos. Todo o extremo deve ser combatido, não com violência, mas com mansidão e sabedoria.

Segundo (principalmente para os jovens), o cristão deve resistir à tentação de começar uma briga.

Terceiro, o cristão não deve permitir que uma arte marcial enfraqueça seu compromisso com Cristo (Hb 10:25). A arte marcial não deve ocupar o primeiro lugar na vida de um crente. Isso seria idolatria, pois se Deus não ocupa o primeiro lugar, então o seu "substituto" se torna o seu ídolo.
Finalmente, o cristão deve orar, e examinar sua consciência e seus motivos para se envolver com artes marciais. 

      Estes passos assegurarão que o envolvimento de alguém com uma arte marcial esteja baseado não em motivos fúteis, mas numa consideração bem refletida.

Leandro Pereira de Lima, Life Que Liberta

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